As ruas de Penedo com seus nomes peculiares e outros esquisitos
Redação
Atualizado em 12/07/2023 11:46
Qualquer pessoa que pesquisar sobre Penedo, vai entender que se trata de um município histórico de Alagoas. Mas, como nem tudo sobre a história foi publicado e esmiuçado, resolvi aproximar ainda mais o leitor sobre a ideia de contar um pouco das características de suas ruas, para fazer os demais relembrarem, ou quem sabe, acrescentar algo enriquecedor.
Além de ser um meio para facilitar o deslocamento dos transeuntes, as ruas possuem aspectos peculiares como os nomes pelas quais são conhecidas. No entanto, o curioso é saber qual a origem de tais denominações e por que foram criados nomes que deixam a gente de sobrancelha em pé.
Partindo do centro de Penedo, temos as ruas Dr. Joaquim Nabuco, Fernando Peixoto e a Estrada Euclides Idalino. Até aí, tudo ok! O que poucas pessoas se dão conta é que a Joaquim Nabuco encontra-se entre duas igrejas; a São Gonçalo Garcia e a da Santa Cruz do Cortume. Nesta rua morou um dos maiores benfeitores do desenvolvimento turístico e educacional de Penedo, o ex prefeito Dr. Raimundo Marinho (falecido na década de 80) e, também, possui como diferencial, um prédio praticamente abandonado que, no passado, era um templo maçônico. Apesar das igrejas fazerem as pontas da rua, nenhuma delas a denominaram.
Já a rua Fernando Peixoto é conhecida por rua Santa Cruz, fazendo referência à igreja que também é conhecida por igreja do Bom Jesus, devido a imagem do Bom Jesus estar guardada lá e pela tradicional procissão que acontece todo mês de janeiro. Esta observação é tão necessária e fundamental quanto explicar sobre a construção desta igreja, que se deu por um motivo bem macabro de fazer você se arrepiar.
De acordo com os contos populares, no espaço que hoje vemos a igreja Santa Cruz do Cortume, havia uma outra construção onde eram realizados eventos e se entendia como uma casa de prostituição. Certo dia, estava acontecendo um baile neste local, e entre as pessoas estava um homem bem vestido e que chamava a atenção de todos por seus traços finos, até que, no decorrer das exaltações, bebedeiras e tudo mais, todos começaram a sentir um forte cheiro de enxofre. Quando menos esperaram, perceberam que tal cheiro começou a vir deste indivíduo que começou a se transformar num ser fora do normal, com patas e chifres. Criou um redemoinho de vento que assustou a todos os presentes. Daí, o propósito de construir um espaço religioso como forma de abençoar o local e espantar os males.
Prosseguindo com as curiosidades da rua Santa Cruz (ou Fernando Peixoto), encontramos as "casas da calçada alta". São cinco e estão a um nível maior que as outras casas por terem sido construídas num tempo em que as enchentes do rio São Francisco inundavam as ruas, por este motivo foi pensado uma forma em que os moradores destas residências não sofressem tamanho prejuízo quanto os demais.
Mais adiante você vai encontrar as travessas Fernando Peixoto, e não estranhe quando alguém lhe disser que mora no "beco da gaveta". O nome foi dado pelos moradores porque as ruas não têm saída.
E no fim da rua Santa Cruz, encontramos as seculares "sete casas". Residências que receberam a devida denominação por serem as últimas sete casas da rua e num estilo padrão que, no entanto, sofreram algumas modificações em seus interiores e na fachada ao longo dos anos.
Para finalizar esta postagem, vale lembrar a Estrada Euclides Idalino. Ela já foi rua Fernando Peixoto; por ser uma continuidade da Santa Cruz após o cruzamento com a avenida Mário Freire Leahy. Também conhecida como sítio araçá; pelo expressivo número de árvores frutíferas dessa espécie que havia na região. E, o mais popular dos nomes, rua do "Cacete Armado". Este é um nome vergonhoso para alguns moradores que não gostam de usá-lo como referência em razão de sua ambiguidade.
Vale ressaltar que a origem desse nome se deu por uma expressão verbal que o dono de um pequeno bar usou em reposta á uma provocação feita ao seu seio familiar. Uma determinada pessoa chegou para ele e disse que estava para chegar um grupo de homens com intuito de apossar-se de suas filhas. Até ele, enfurecido, responder com voz alta e em bom tom: "mande eles virem, que o cacete tá armado".
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Texto escrito por Fabrício Vasconcelos para seu blog no site aquiacontece.com.br