“Tudo começou com o desejo de conhecer novas culturas e sair da rotina. Nosso objetivo era passar apenas três anos viajando pelo mundo, mas já estamos há 8 anos na estrada. Agora, sentimos que chegou a hora de voltar para casa. Foi uma experiência incrível e cheia de muito aprendizado”.

Foi com essa declaração dada ao aquiacontece.com.br que o engenheiro mecânico Piejo Mil, de 38 anos, definiu seu objetivo de largar tudo, para pegar a estrada junto com a esposa, a bibliotecária Ana Laura, também de 38 anos, para conhecer o mundo, de bicicleta, passando por 38 país, contando com o Brasil.

Para embarcar nessa aventura, iniciada no Sul da França, o casal se desfez de todos os seus bens, vendeu tudo. Agora, 8 anos depois, Piejo e Ana Laura reafirmam que fariam isso novamente, pois a experiência vivida por eles ao conhecer povos diferentes não há dinheiro que pague.

“Nós tivemos que vender tudo para cair na estrada. Foi pedalando que a gente conseguiu compreender outras culturas, conhecer outros idiomas e formas diferentes de ver e fazer as coisas.  Durante essa longa viagem, nasceram nossos filhos, tendo cada um deles uma nacionalidade diferente”, complementou Piejo Mil.

Logo no início da viagem, Ana Laura engravidou. A filha mais velha do casal, hoje com 06 anos, nasceu no Nepal. Com a criança no colo, o casal viajou pela Ásia. Em seguida, Piejo e Ana seguiram, de avião, levando as duas bicicletas, até o México. Depois chegaram ao Peru, onde nasceu a segunda filha do casal, agora com 03 anos.

Depois, Piejo e Ana seguiu pela América do Sul até o chegar ao Brasil, onde há oito meses nasceu Arun Taiguara, hoje com 08 meses. O único filho brasileiro do casal veio ao mundo em um povoado localizado próximo ao município de Alto Paraíso, em Goiás.

Com as três crianças, e uma pouca bagagem, o casal continuou seguindo viagem, chegando ao Nordeste brasileiro. Já em Alagoas, Piejo e Ana, acompanhado dos filhos, descansaram em Penedo e, na manhã desta quinta, 16, seguiram viagem em direção a Maceió.

“De Maceió, seguiremos para Recife, em Pernambuco. Lá, vamos tentar embarcar em um navio em direção a Europa, encerrando assim nossa viagem. Como a gente só pedala pela parte da manhã, até atingir cerca de 30 km por dia, isso deve demorar um pouco. No período da tarde a gente sempre se dedica a descansar junto com nossos filhos em abrigos provisórios que são ofertados por pessoas de bom coração que a gente encontra pelo caminho”, complementou Piejo.

Sobre a questão da alimentação, o casal declarou que durante todo o percurso, que já se aproxima dos 50 mil quilômetros, realiza trabalhos extras nas localidades que descansam. "Sempre arrumamos um trabalho, e com isso conseguimos dinheiro para alimentação e as necessidades das crianças, não deixando faltar nada para elas", explicou.

Sobre Penedo, o casal declarou que ficou encantado com a cidade, com sua história e seu povo, a quem definiu como amigável e hospitaleiro. “Essa cidade é muito linda e agradável. Penedo se torna ainda melhor por ter esse povo de bom coração”, finalizou.