O Instituto Federal de Alagoas – Campus Penedo teve uma pesquisa publicada na edição de novembro da Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales. O artigo, intitulado “Indicadores métricos na produção científica: estudo de caso no Ifal Penedo”, é assinado pelo professor Felipe Thiago Souza, pela bibliotecária Luzia Oliveira e pela estudante Rayane Rocha Barbosa, do curso superior em Química Industrial. O trabalho apresenta um diagnóstico inédito da produção científica do campus, a partir da análise de indicadores métricos.
O estudo, concluído em 2024, avaliou os Programas Institucionais de Iniciação Científica e Desenvolvimento Tecnológico da unidade de ensino, com foco nos projetos submetidos aos editais da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPPI) entre 2011 e 2023. Ao todo, 159 projetos foram analisados por meio de uma abordagem descritiva e de análise documental, utilizando informações dos editais de pesquisa e dos currículos Lattes dos pesquisadores.
Avanços e lacunas
Ao formular os indicadores, divididos em insumo, processo, produto e impacto, a equipe analisou seis dimensões: programas de iniciação científica, escopo das pesquisas, recursos humanos, dispêndio financeiro, produção científica e metas do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
Os resultados mostraram uma forte integração entre ensino e pesquisa, especialmente entre estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio. A iniciação científica, segundo o estudo, contribui para o desenvolvimento de competências teóricas, práticas e tecnológicas e fortalece a permanência escolar e o ingresso no ensino superior.

No entanto, a análise também identificou lacunas. Foi observada, por exemplo, a baixa publicação de artigos científicos, quando comparada à quantidade de pesquisas desenvolvidas.
Outra constatação foi o crescimento contínuo das submissões, com predominância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e maior participação das áreas de Ciências Humanas, Engenharia e Ciências Exatas. Já o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) teve pouca representatividade no período avaliado.
Relevância regional e impacto social
A pesquisa evidenciou ainda uma tendência de estudos que privilegiam temáticas regionais, especialmente ligadas ao Baixo São Francisco, atendendo a demandas sociais e de arranjos produtivos locais. Para o professor Felipe Thiago Souza, isso demonstra o papel do campus na produção de conhecimento voltado para a realidade da comunidade.
“A iniciativa surgiu pela necessidade de compreender o impacto real da pesquisa científica no Campus Penedo, desde publicações e interação com arranjos produtivos locais até a contribuição para a formação dos estudantes”, afirma o docente, destacando a participação da bibliotecária Luzia Oliveira como fundamental para o tratamento dos dados informacionais.
Felipe, que é professor do Ifal Penedo há 15 anos e está à frente da Direção-Geral do Ifal Penedo desde 2019, reforça que os resultados também apontam para desafios institucionais. “Podemos verificar que a pesquisa diminui a evasão e qualifica o percurso formativo, por isso é essencial ampliar o fomento. Outro ponto importante é a significativa contribuição das Ciências Humanas, o que nos levou a apoiar a criação do Laboratório de Ciências Humanas, com previsão de ser inaugurado ainda este ano”.
Transformações na trajetória estudantil
Para a estudante e coautora Rayane Rocha Barbosa, participar da pesquisa foi uma experiência decisiva. Ao encontro das palavras do coordenador do estudo, ela enfatiza a importância do diagnóstico para a gestão acadêmica e para o fortalecimento da iniciação científica no campus.

“A pesquisa permitiu identificar os avanços e também as lacunas que ainda precisam ser superadas. O estudo fortalece a integração entre ensino, pesquisa e extensão, valoriza as temáticas regionais ligadas ao baixo São Francisco e contribui para uma gestão mais estratégica da iniciação científica, qualificação docente e produção acadêmica, consolidando o Ifal como agente de transformação social e científica em Alagoas”, ressalta.
Em sua visão, o dado que mais chama atenção é o impacto da iniciação científica entre os estudantes do ensino médio. “100% dos bolsistas concluíram o curso técnico e seguiram para o ensino superior, alguns até para a pós-graduação. Isso mostra como a pesquisa transforma trajetórias e reforça o papel do Ifal na formação de cidadãos críticos e preparados para contribuir com o desenvolvimento da região”, conclui.
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Por assessoria

