Atração da Temperatura Máxima às 14h20 deste do domingo (28), na Globo, Titanic é uma das grandes obras da história do cinema. Desde o lançamento do filme em 1997, a cena em que Rose (Kate Winslet) sobrevive em cima de um destroço de madeira enquanto Jack (Leonardo DiCaprio) morre congelado no mar tornou-se uma enorme discussão cinematográfica.
Nas redes sociais, fãs sustentam há anos a teoria de que haveria espaço suficiente para Jack subir no objeto e, assim, ambos sobreviverem ao naufrágio. Para testar as possibilidades e tentar encerrar o debate, o diretor James Cameron encomendou um estudo científico detalhado para o especial da National Geographic, Titanic: 25 Years Later With James Cameron (2023).
No experimento, Cameron utilizou dois dublês com peso e altura semelhantes aos dos atores na época e instalou sensores para monitorar a temperatura corporal e os riscos de hipotermia em diversos cenários em um tanque de água.
Os testes revelaram resultados variados:
- Primeiro cenário: Se ambos subissem no destroço simultaneamente, a maior parte de seus corpos ficaria submersa em níveis perigosos de água gelada, levando à morte.
- Segundo cenário: Se conseguissem se equilibrar de forma que a parte superior de seus corpos (onde ficam os órgãos vitais) permanecesse fora da água, eles poderiam ter sobrevivido por horas até o resgate.
- Terceiro cenário: Em um teste que incluiu o desgaste físico que os personagens sofreram no filme, os pesquisadores notaram que, se Rose tivesse entregado seu colete salva-vidas para Jack, ele poderia ter estabilizado sua temperatura e sobrevivido até a chegada dos botes.
O documentário Titanic: 25 Anos Depois James Cameron está disponível no YouTube do National Geographic, mas apenas em inglês:
E o drama do filme?
Apesar das descobertas científicas indicarem que Jack “poderia ter sobrevivido”, Cameron defende a escolha original baseando-se no arco dramático e na personalidade do personagem de Titanic. Ele afirma que Jack agiu por um código de cavalheirismo e por um amor autossacrificial, decidindo não fazer nada que pudesse colocar a vida de Rose em risco.
Para o diretor, a morte era uma necessidade narrativa, comparando o filme a uma tragédia como Romeu e Julieta, onde o amor é medido pelo sacrifício. No entanto, Cameron admitiu que, com o conhecimento que tem hoje, teria projetado um destroço menor no filme para que não restassem dúvidas sobre a impossibilidade de ambos caberem ali.
A atriz Kate Winslet também se manifestou sobre o assunto no ano passado, revelando curiosidades de bastidores de Titanic. Ela esclareceu que o objeto usado na cena nem era uma porta de verdade, mas sim uma parte do corrimão ou da escada do navio que se soltou. Winslet mantém uma opinião pragmática sobre a teoria dos fãs: embora admita que Jack pudesse até caber fisicamente no espaço, ela acredita que o pedaço de madeira não teria flutuabilidade suficiente para manter os dois em segurança, acabando por afundar ou virar.
E aí, cabia ou não cabia?
Por tangerina.uol.com.br
